Êxodo 35: Dons, Ofertas e Artesãos do Santuário
A mobilização para o Tabernáculo em Êxodo 35: o repouso sagrado, a alegria das ofertas voluntárias e os artesãos ungidos por Deus para a obra.
Artigo 2: Mãos à Obra, Corações Abertos: O Santuário Começa a Ganhar Forma (Êxodo 35)
Após a emocionante restauração da aliança e a garantia da presença divina (Êxodo 33-34), um novo capítulo de fervor e propósito se abre para Israel. A poeira da crise mal assentara e Deus já convidava Seu povo a um projeto grandioso: a construção de um lar para Sua glória, o Tabernáculo. Êxodo 35 nos transporta para o burburinho dessa mobilização, onde o sagrado e o prático se encontram, e a generosidade flui como um rio caudaloso. Prepare-se para testemunhar a resposta de um povo cujo coração foi tocado pela graça!
2.1: O Repouso do Sábado e as Ofertas Voluntárias para o Tabernáculo (Êxodo 35:1-29)

A narrativa de Êxodo 35 começa com Moisés reunindo toda a congregação de Israel. Há um senso de comunidade, de um propósito compartilhado que paira no ar. Mas, antes mesmo de qualquer chamado à ação construtiva, uma instrução fundamental é reiterada: a santidade do sábado.
Por que essa ênfase antes de pedir os materiais para a obra? Porque o Tabernáculo, por mais esplêndido que fosse, seria um lugar de encontro com o Deus que instituiu o descanso e a adoração como pilares da vida. A ordem é clara: o relacionamento com Deus e a obediência aos Seus preceitos vêm em primeiro lugar, até mesmo antes de construir Sua "casa".
Com essa base espiritual firmemente estabelecida, Moisés então lança o convite: é hora de construir o Santuário, e todos os que tiverem o coração disposto devem trazer suas ofertas.
Não se tratava de um imposto ou uma coleta obrigatória, mas de uma "oferta voluntária" (Êxodo 35:29). A ênfase está na generosidade que brota de um coração agradecido e desejoso de participar na obra de Deus, um reflexo direto da gratidão pela aliança restaurada e pela presença divina assegurada.
A lista de materiais solicitados é um vislumbre da riqueza e da beleza que adornariam o Tabernáculo:
- Metais preciosos: ouro, prata e bronze.
- Tecidos finos: azul, púrpura, carmesim e linho fino.
- Peles: de carneiros tingidas de vermelho e peles finas (possivelmente de golfinhos ou dugongos).
- Madeira nobre: madeira de acácia, resistente e durável.
- Especiarias e Óleos: azeite para a iluminação, especiarias para o óleo da unção e para o incenso aromático.
- Pedras preciosas: pedras de ônix e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral do sumo sacerdote.
A resposta do povo é simplesmente arrebatadora! Homens e mulheres,
vieram trazendo o que tinham de melhor. Broches, brincos, anéis, braceletes – toda sorte de joias de ouro. Aqueles que possuíam tecidos preciosos, peles ou madeira de acácia, traziam com alegria. As mulheres habilidosas fiavam com as próprias mãos os tecidos de azul, púrpura, carmesim e linho fino. A generosidade era contagiante, um testemunho vibrante do desejo do povo de ver a glória de Deus habitando em seu meio. Cada oferta, grande ou pequena, era um ato de adoração, um pedacinho do coração de Israel entregue para a casa do Senhor.
Os Artesãos Chamados e Capacitados por Deus (Êxodo 35:30-35)

Com uma montanha de materiais preciosos acumulados pela generosidade do povo, surge uma questão crucial: quem teria a habilidade e a sabedoria para transformar essa riqueza bruta em um santuário digno da presença divina? A resposta, como sempre, vem do próprio Deus.
Moisés apresenta à congregação dois homens especialmente escolhidos: Bezalel, da tribo de Judá, e Aoliabe, da tribo de Dã. Mas o que os tornava especiais não era apenas um talento natural; era uma capacitação divina. O texto bíblico é explícito ao afirmar que Deus
Essa tríade – sabedoria (hokmah), entendimento (tebunah) e conhecimento/ciência (da'at) – representa uma competência completa, divinamente inspirada. Não se trata apenas de habilidade técnica, mas de uma profunda percepção e discernimento concedidos por Deus para projetar e executar os mais variados trabalhos artísticos de acordo com o padrão celestial.
Bezalel era capacitado para:
- Inventar projetos artísticos.
- Trabalhar em ouro, prata e bronze.
- Lapar pedras de engaste.
- Entalhar madeira.
- Realizar toda sorte de obra esmerada.
E não era só isso! Deus também
tanto no dele quanto no de Aoliabe. Aoliabe, por sua vez, era um exímio tecelão e bordador em azul, púrpura, carmesim e linho fino. Juntos, eles formavam a liderança artística e técnica do projeto, divinamente ungidos não apenas para fazer a obra, mas para instruir outros artesãos que também se sentissem chamados a contribuir com seus dons. Era a garantia de que cada detalhe do Tabernáculo seria confeccionado com excelência, refletindo a perfeição e a santidade do Deus a quem se destinava.
Êxodo 35 é um capítulo vibrante que nos ensina sobre prioridades (o sábado), sobre a beleza da generosidade que flui de um coração grato e sobre a capacitação divina que transforma talentos humanos em instrumentos para la glória de Deus. A construção do Tabernáculo não foi apenas um empreendimento arquitetônico; foi um ato de adoração coletiva, onde cada oferta e cada habilidade foram consagradas a um propósito maior. É um lembrete poderoso de que, quando Deus nos chama para uma obra, Ele não apenas nos dá a visão, mas também provê os recursos e capacita as mãos para realizar. O santuário estava prestes a ganhar forma, fruto da parceria entre a graça divina e a resposta entusiasmada de um povo redimido.
- Êxodo 35 (Chamado às ofertas, capacitação dos artesãos)
- Êxodo 25-31 (Instruções detalhadas para o Tabernáculo)
- Êxodo 36-39 (Execução da obra do Tabernáculo)