Abel foi o segundo filho de Adão e Eva, nascido após Caim (Gênesis 4:2). Seu nome em hebraico, Hevel, significa "sopro" ou "transitoriedade", o que prenuncia sua curta vida. Enquanto Caim se tornou lavrador, Abel escolheu ser pastor de ovelhas.
A narrativa de Gênesis 4 foca no momento em que ambos os irmãos trouxeram ofertas a Deus. Abel apresentou "das primícias do seu rebanho e da sua gordura", enquanto Caim trouxe "do fruto da terra". Deus "atentou para Abel e para a sua oferta", mas rejeitou a de Caim (Gênesis 4:4-5).
O Novo Testamento esclarece que a aceitação da oferta de Abel estava ligada à sua fé (Hebreus 11:4) e à sua justiça (Mateus 23:35; 1 João 3:12), contrastando com as obras más de Caim.
A aceitação divina da oferta de Abel despertou ira e profundo ciúme em Caim. Ignorando a advertência de Deus, Caim convidou Abel ao campo e o assassinou (Gênesis 4:8). Abel tornou-se, assim, a primeira vítima de homicídio registrada na história bíblica e, por extensão, o primeiro mártir da fé.
Após o crime, Deus confrontou Caim, declarando que "a voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra" (Gênesis 4:10). Essa imagem poderosa ilustra a gravidade do pecado e a percepção divina da injustiça. Abel, embora silenciado pela morte, continuou a ter um testemunho significativo.
Hebreus 11:4 afirma que, pela fé, Abel ofereceu um sacrifício superior e alcançou testemunho de ser justo, e que "por meio dela [da fé], mesmo depois de morto, ainda fala". Jesus também se refere a ele como "justo Abel" (Mateus 23:35), colocando-o no início da linha de profetas e justos perseguidos.
Hebreus 12:24 contrasta o sangue de Abel, que clama por justiça, com o sangue de Jesus, que "fala melhor", proclamando graça e perdão. Abel permanece um símbolo de fé genuína, adoração aceitável e da trágica consequência do pecado humano.