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Enciclopédia de Personagens Bíblicos

Daniel

Daniel
Antigo Testamento
Reinos Divididos & Exílio

Informações Básicas

Início do Chamado Deportação para Babilônia (605 a.C.)
Período Histórico Viveu c. final Séc. VII - meados Séc. VI a.C.
Local de Nascimento Jerusalém / Judeia
Local da Morte Desconhecido (Babilônia? Pérsia - Susa?)
Jovem nobre judeu levado cativo para a Babilônia (605 a.C.), Daniel (renomeado Beltessazar) destacou-se por sua sabedoria divina, interpretação de sonhos e fidelidade inabalável a Deus. Serviu a vários reis (Nabucodonosor, Dario, Ciro), sobreviveu milagrosamente à cova dos leões e recebeu importantes visões proféticas sobre o futuro dos impérios mundiais, do povo de Deus e a vinda do Messias.
O Profeta Sábio e Íntegro no Exílio Babilônico
Beltessazar (Nome Babilônico)

Biografia

Daniel foi um jovem judeu, possivelmente da linhagem real ou nobreza de Judá, deportado para a Babilônia por Nabucodonosor na primeira leva de cativos, em 605 a.C. (Daniel 1:1-6). Junto com seus companheiros Hananias, Misael e Azarias, foi selecionado para ser educado na cultura e língua dos caldeus para servir na corte real. Recebeu o nome babilônico de Beltessazar. Desde cedo, Daniel demonstrou profunda fidelidade a Deus, propondo em seu coração não se contaminar com as finas iguarias e o vinho do rei, optando por uma dieta de legumes e água, pela qual Deus os fez parecer mais saudáveis e sábios que os outros jovens (Daniel 1:8-16).

Deus concedeu a Daniel e seus amigos conhecimento e inteligência, e a Daniel, especificamente, a habilidade de interpretar sonhos e visões (Daniel 1:17). Essa capacidade o elevou a uma posição de destaque quando interpretou o sonho de Nabucodonosor sobre a grande estátua que representava a sucessão de quatro impérios mundiais (Babilônico, Medo-Persa, Grego, Romano) e o estabelecimento final do Reino de Deus (Daniel 2). Como resultado, foi nomeado governador da província da Babilônia e chefe dos sábios.

Embora não esteja presente na narrativa da fornalha ardente (Daniel 3), seus três amigos (renomeados Sadraque, Mesaque e Abede-Nego) foram milagrosamente salvos por sua fidelidade a Deus. Daniel posteriormente interpretou outro sonho de Nabucodonosor sobre uma grande árvore cortada, anunciando um período de humilhação para o rei devido ao seu orgulho (Daniel 4). Anos mais tarde, na noite da queda da Babilônia para os Medos e Persas (539 a.C.), Daniel foi chamado para interpretar a misteriosa escrita na parede para o rei Belsazar, anunciando o fim de seu reino (Daniel 5).

Sob o domínio Medo-Persa, Daniel continuou a servir em alta posição. Sob "Dario, o Medo" (cuja identidade histórica é debatida), foi nomeado um dos três presidentes sobre os sátrapas. Sua integridade e competência, contudo, provocaram a inveja de outros oficiais, que tramaram sua queda. Sabendo de sua devoção a Deus, persuadiram o rei a assinar um decreto proibindo qualquer petição a deus ou homem, exceto ao rei, por 30 dias. Daniel, sem se intimidar, continuou orando a Deus três vezes ao dia em seu quarto, com as janelas abertas para Jerusalém. Foi então acusado e, com relutância do rei, lançado na cova dos leões. Deus enviou seu anjo para fechar a boca dos leões, e Daniel foi retirado ileso na manhã seguinte, levando Dario a reconhecer o poder do Deus de Daniel (Daniel 6).

Além de sua atuação na corte, Daniel recebeu uma série de visões proféticas apocalípticas que ocupam a segunda metade do livro. Estas incluem a visão das quatro bestas (paralela ao sonho da estátua, Daniel 7), a visão do carneiro e do bode (representando os impérios Medo-Persa e Grego, e a ascensão de Antíoco Epifânio, Daniel 8), a profecia das Setenta Semanas (que estabelece uma cronologia até a vinda do Messias e eventos cruciais, Daniel 9), e uma visão final detalhada sobre conflitos futuros entre poderes mundiais (reis do Norte e do Sul), perseguição ao povo de Deus, e eventos do fim dos tempos, incluindo a ressurreição (Daniel 10-12). Ao longo de tudo, Daniel é retratado como um homem de profunda oração, confissão, integridade e sabedoria, fiel a Deus em meio a um ambiente pagão e politicamente instável.

Significado do Nome

Significado
Daniel: Deus é meu Juiz. Beltessazar: significado babilônico incerto (prov. relacionado ao deus Bel).
Idiomas Originais

Línguas em que o nome do personagem é encontrado nas escrituras originais:

Hebraico Aramaico Possivelmente Acadiano (Babilônico)
Nome Original
Hebraico: Daniyyel (דָּנִיֵּאל)|Babilônico: Beltessazar

Títulos

Governador da Babilônia Chefe dos Sábios Presidente dos Sátrapas Beltessazar

Família

Pai
Não nomeado (Nobreza/Linhagem Real de Judá - Dn 1:3)
Mãe
Não nomeada
Outros Parentescos
Hananias (Sadraque)|Misael (Mesaque)|Azarias (Abede-Nego) - Companheiros fiéis
Família Estendida
Jovem da nobreza judaica, levado cativo para Babilônia na primeira deportação (605 a.C.).
Tribo
Judá
Linhagem
Israelita da Tribo de Judá (Nobreza/Realeza)

Ministério e Morte

Papel Principal
Profeta
Papéis Secundários
Sábio/Conselheiro Real Administrador/Governador Intérprete de Sonhos Modelo de Fidelidade
Ocupação
Oficial da Corte / Conselheiro Real / Governante / Profeta
Causa da Morte
Desconhecida (Morte natural na velhice?)
Duração do Ministério
70 anos

Profecias

Recebeu e interpretou sonhos/visões sobre a sucessão de impérios mundiais (Dn 2, 7), conflitos Pérsia/Grécia (Dn 8, 11), as Setenta Semanas (cronologia messiânica, Dn 9), e eventos escatológicos detalhados (Dn 7, 10-12).

Milagres

Interpretação sobrenatural de sonhos (Nabucodonosor) e da escrita na parede (Belsazar). Livramento miraculoso da cova dos leões (Dn 6). Testemunhou o livramento dos seus amigos da fornalha (contexto Dn 3). Interação direta com anjos (Gabriel, Miguel).

Citações Memoráveis

Oração de confissão (Dn 9:4-19). Resposta a Dario: "O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca aos leões..." (Dn 6:21-22). Interpretação da escrita: "MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM..." (Dn 5:25-28).

Eventos Principais

Deportação para Babilônia como jovem nobre. Fidelidade a Deus (recusa da comida real). Interpretação de sonhos de Nabucodonosor (estátua, árvore). Interpretação da escrita na parede para Belsazar. Conspiração dos sátrapas e livramento da cova dos leões sob Dario. Recebimento de importantes visões apocalípticas sobre impérios futuros, Israel e o Messias.

Territórios e Jornadas

Babilônia (Império Neobabilônico) Pérsia (Império Medo-Persa - Susa?)

Arqueologia e Referências Extra-Bíblicas

Evidências Arqueológicas
Contexto histórico dos impérios Babilônico e Persa bem documentado (Nabucodonosor, Belsazar, Ciro, queda da Babilônia). Nenhuma evidência arqueológica direta de Daniel. Historicidade de Dario o Medo e datação do livro são debatidas academicamente.
Registros Históricos
Textos cuneiformes (Crônicas Babilônicas, Cilindro de Ciro) confirmam figuras e eventos históricos do período. Dario o Medo não é claramente identificado em fontes babilônicas/persas.
Nível de Confiabilidade Histórica
medio

Livros em que Aparece

Personagens Relacionados

Sadraque
Mesaque
Abede Nego
Nabucodonosor
Belsazar
Dario O Medo
Ciro O Grande
Anjo Gabriel
Arcanjo Miguel
Ezequiel (contemporâneo)

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