Efraim foi o segundo filho de José, nascido no Egito de sua esposa egípcia Asenate, filha do sacerdote de Om, durante os anos de fartura antes da grande fome (Gênesis 41:50-52). Seu nome significa "Duplamente Frutífero", pois José declarou: "Deus me fez próspero na terra da minha aflição".
Um evento crucial na vida de Efraim (e de seu irmão mais velho, Manassés) ocorreu quando seu avô Jacó (Israel) estava próximo da morte no Egito. Jacó adotou formalmente os dois filhos de José como seus próprios filhos, colocando-os em pé de igualdade com Rúben, Simeão e os outros filhos de Jacó, garantindo assim a José uma porção dobrada na herança de Israel através de duas tribos descendentes dele (Gênesis 48:1-7).
Ao abençoar os meninos, Jacó intencionalmente cruzou suas mãos, colocando a mão direita (que conferia a bênção principal) sobre a cabeça de Efraim, o mais novo, e a mão esquerda sobre Manassés, o primogênito. Apesar do protesto de José, Jacó insistiu, profetizando que, embora Manassés também se tornasse um povo grande, Efraim seria ainda maior, e sua descendência se tornaria uma "multidão de nações" (*melo ha-goyim*) (Gênesis 48:8-20). Esta bênção prefigurou a futura proeminência da tribo de Efraim.
A tribo de Efraim recebeu uma herança substancial e estratégica na região montanhosa central de Canaã, após a conquista liderada pelo efraimita Josué (Josué 16). Este território incluía locais importantes como Siló (onde o Tabernáculo residiu por muito tempo) e Siquém. Devido à sua localização central, tamanho e liderança (notavelmente Josué), a tribo de Efraim tornou-se uma das mais poderosas e influentes em Israel.
Essa proeminência, no entanto, às vezes se manifestava em orgulho e rivalidade com outras tribos, como visto nos conflitos com Gideão (Juízes 8:1-3) e especialmente com Jefté e os gileaditas (Juízes 12:1-6), que resultou em grande mortandade de efraimitas no famoso incidente do "Shiboleth".
Após a divisão do reino sob Roboão (filho de Salomão), foi Jeroboão, um efraimita, quem liderou as dez tribos do norte na secessão e se tornou o primeiro rei do Reino do Norte (Israel) (1 Reis 11-12). Devido à dominância de Efraim, os profetas do Antigo Testamento (como Isaías, Jeremias, Ezequiel e especialmente Oseias) frequentemente usam o nome "Efraim" como sinônimo para todo o Reino do Norte. Essas profecias muitas vezes denunciam a idolatria de Efraim (especialmente o culto aos bezerros de ouro estabelecido por Jeroboão em Betel e Dã), seu orgulho, sua confiança em alianças políticas em vez de Deus, e a consequente infidelidade à aliança.
Por causa desses pecados, os profetas anunciaram o juízo divino, que se cumpriu com a conquista do Reino do Norte pelo Império Assírio em 722 a.C. e a deportação de grande parte de sua população (2 Reis 17). No entanto, os mesmos profetas também mantiveram a esperança da futura restauração e reunificação de Efraim (Israel) com Judá, sob o governo do Messias davídico, como simbolizado na visão de Ezequiel dos dois pedaços de madeira (Judá e Efraim/José) sendo unidos na mão de Deus (Ezequiel 37:15-28).