Josias tornou-se rei de Judá com apenas oito anos de idade, após o assassinato de seu pai, o rei Amom. Ao contrário de seu pai e avô (Manassés), Josias "fez o que era reto aos olhos do SENHOR e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, sem se desviar nem para a direita nem para a esquerda" (2 Reis 22:1-2). Ele é aclamado como um dos reis mais justos de Judá.
Desde jovem, demonstrou interesse espiritual. No oitavo ano de seu reinado (aos 16 anos), "sendo ainda moço, começou a buscar o Deus de Davi, seu pai" (2 Crônicas 34:3). No décimo segundo ano (aos 20 anos), iniciou uma purga religiosa em Judá e Jerusalém, destruindo os altares e imagens de Baal, os postes de Aserá e outros ídolos, estendendo essa reforma até mesmo às cidades do território do antigo Reino do Norte (Samaria, Manassés, Efraim, Naftali) (2 Crônicas 34:3-7).
O ponto alto de seu reinado ocorreu no décimo oitavo ano (c. 622 a.C.), quando Josias ordenou reparos no Templo de Jerusalém. Durante as obras, o sumo sacerdote Hilquias encontrou o "Livro da Lei" (provavelmente o livro de Deuteronômio ou parte dele), que havia sido perdido ou negligenciado. O escriba Safã leu o livro para o rei Josias. Ao ouvir as palavras da Lei, especialmente as maldições pela desobediência, Josias rasgou suas vestes em profundo pesar e arrependimento (2 Reis 22:8-13; 2 Crônicas 34:14-21).
Josias imediatamente enviou uma delegação para consultar a profetisa Hulda sobre o significado do livro encontrado. Hulda confirmou a autenticidade do livro e o juízo vindouro de Deus sobre Judá por causa de sua longa história de idolatria e desobediência. No entanto, ela também transmitiu uma mensagem de misericórdia para Josias pessoalmente: por causa de seu coração quebrantado e humildade, Deus o pouparia de ver o desastre, e ele seria recolhido à sua sepultura em paz (2 Reis 22:14-20; 2 Crônicas 34:22-28).
Diante disso, Josias intensificou suas reformas. Reuniu todo o povo de Judá e Jerusalém no Templo, leu para eles as palavras do Livro da Aliança e liderou a nação em uma renovação solene do pacto com YHWH, comprometendo-se a obedecer a todos os Seus mandamentos (2 Reis 23:1-3; 2 Crônicas 34:29-33). Ele então realizou uma purga ainda mais radical da idolatria, não apenas em Judá, mas profanando e destruindo o antigo centro de idolatria em Betel (cumprindo uma profecia feita séculos antes a Jeroboão I - cf. 1 Reis 13:2) e removendo os sacerdotes idólatras (2 Reis 23:4-20).
Josias também restaurou a celebração da Páscoa em Jerusalém de acordo com o que estava escrito no Livro da Aliança, em uma escala e com uma precisão não vistas desde os dias dos juízes ou dos reis anteriores (2 Reis 23:21-23; 2 Crônicas 35:1-19).
Apesar da piedade e das reformas abrangentes de Josias, o texto bíblico nota que a ira de Deus contra Judá, acesa pelos pecados acumulados sob o longo e perverso reinado de Manassés, não foi completamente desviada (2 Reis 23:26-27). O juízo final foi apenas adiado.
O fim de Josias foi abrupto e trágico. Em 609 a.C., o Faraó Neco II do Egito marchava para o norte para ajudar os remanescentes do Império Assírio contra o crescente poder da Babilônia na batalha de Carquemis. Por razões não totalmente claras (talvez para afirmar sua independência ou por lealdade à Babilônia?), Josias decidiu interceptar o exército egípcio em Megido. Neco o advertiu para não interferir, mas Josias insistiu na batalha. Foi mortalmente ferido por flecheiros egípcios, levado de volta a Jerusalém em sua carruagem e morreu ali aos 39 anos, após reinar por 31 anos. Sua morte foi profundamente lamentada por todo Judá e Jerusalém, incluindo o profeta Jeremias (2 Reis 23:29-30; 2 Crônicas 35:20-25). Ele foi o último rei justo de Judá, e seus sucessores levaram a nação rapidamente à ruína final e ao exílio.