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Enciclopédia de Personagens Bíblicos

Tamar (nora de Judá)

Tamar (nora de Judá)
Antigo Testamento
Patriarcal

Informações Básicas

Início do Chamado Casamento com Er, filho de Judá
Período Histórico c. Séc. XVIII-XVII a.C.? (Era Patriarcal)
Local de Nascimento Desconhecido (Canaã?)
Local da Morte Desconhecido
Nora de Judá, casada sucessivamente com seus filhos Er e (nominalmente) Onã, que morreram sem lhe dar filhos. Quando Judá reteve seu terceiro filho, Selá, negando-lhe o direito do levirato, Tamar, determinada a garantir a descendência e seu direito, disfarçou-se e seduziu o próprio sogro, Judá. Desta união nasceram os gêmeos Perez (ancestral de Davi e Jesus) e Zerá. Judá reconheceu que ela foi "mais justa" que ele.
A Nora de Judá que Garantiu a Linhagem da Promessa

Biografia

Tamar é apresentada em Gênesis 38 como a mulher escolhida por Judá, filho de Jacó, para se casar com seu primogênito, Er. Contudo, Er "foi mau aos olhos do SENHOR", e Deus o fez morrer (Gênesis 38:6-7). Seguindo o costume do levirato (ou um princípio semelhante para preservar o nome e a herança do falecido), Judá instruiu seu segundo filho, Onã, a se casar com Tamar e gerar descendência para seu irmão Er. Onã, porém, egoisticamente se recusou a cumprir plenamente o dever; ele se deitava com Tamar, mas evitava a concepção para que a descendência não fosse considerada sua. Sua ação foi má aos olhos do Senhor, que também o fez morrer (Gênesis 38:8-10).

Judá ficou então com apenas um filho mais novo, Selá. Talvez por superstição (temendo que Selá também morresse) ou por negligência, Judá disse a Tamar que voltasse à casa de seu pai como viúva e esperasse até que Selá crescesse. No entanto, mesmo depois de Selá se tornar adulto, Judá não cumpriu sua palavra e não o deu a Tamar por esposa (Gênesis 38:11, 14a).

Percebendo que lhe estava sendo negado seu direito de ter filhos dentro da família de seu falecido marido (o que era crucial para a segurança e status de uma viúva na época, além da continuidade da linhagem), Tamar tomou uma atitude drástica e controversa. Sabendo que Judá, agora viúvo, iria a Timna para a tosquia de suas ovelhas, ela tirou suas vestes de viuvez, cobriu-se com um véu, disfarçou-se e sentou-se à entrada de Enaim, no caminho de Timna. Judá, pensando que ela fosse uma prostituta (possivelmente uma prostituta cultual, *qedeshah*, embora o texto use *zonah*), não a reconheceu e teve relações com ela (Gênesis 38:12-18a).

Como pagamento, Judá prometeu enviar um cabrito, mas Tamar, astutamente, pediu um penhor até que o pagamento chegasse: o selo, o cordão e o cajado de Judá – itens pessoais e distintivos de identidade e autoridade. Ela concebeu de Judá naquela ocasião (Gênesis 38:18b-19).

Cerca de três meses depois, quando a gravidez de Tamar se tornou evidente, Judá foi informado e, hipocritamente (sem saber de seu próprio envolvimento), ordenou que ela fosse trazida e queimada por prostituição/adultério. Tamar, então, enviou os objetos que havia recebido como penhor a Judá, com a mensagem: "Do homem de quem são estas coisas eu concebi [...] Reconhece, peço-te, de quem é este selo, este cordão e este cajado" (Gênesis 38:24-25).

Ao reconhecer seus objetos pessoais, Judá percebeu a verdade e fez uma declaração pública notável: "Mais justa [*tsadeqah*] é ela do que eu, porquanto não a dei a Selá, meu filho" (Gênesis 38:26). Ele reconheceu que a ação extrema de Tamar foi motivada pela falha dele em cumprir sua obrigação para com ela segundo o costume e a justiça da época. O texto acrescenta que ele não teve mais relações com ela.

Tamar deu à luz filhos gêmeos: Perez (Farez) e Zerá. Durante o parto, Zerá estendeu a mão primeiro e a parteira amarrou um fio escarlate em seu pulso, mas ele a recolheu, e Perez nasceu primeiro, recebendo o nome que significa "Rompimento" ou "Brecha". Em seguida nasceu Zerá (Gênesis 38:27-30). É significativo que seja através de Perez, nascido desta união irregular, que a linhagem de Judá continuou, levando ao rei Davi e, finalmente, a Jesus Cristo (Rute 4:12, 18-22; Mateus 1:3; Lucas 3:33). A inclusão de Tamar na genealogia messiânica ressalta a soberania e a graça de Deus, que opera Seus planos redentores mesmo através de situações humanas complexas e moralmente ambíguas.

Significado do Nome

Significado
Palmeira
Idiomas Originais

Línguas em que o nome do personagem é encontrado nas escrituras originais:

Cananeu? Hebraico?
Nome Original
Hebraico: Tamar (תָּמָר)

Títulos

Nora de Judá

Família

Pai
Não nomeado (Cananeu?)
Mãe
Não nomeada
Cônjuges
Er (1º, filho de Judá), Onã (2º nominal, filho de Judá), Judá (sogro, pai dos gêmeos)
Filhos
Perez (gêmeo, c/ Judá), Zerá (gêmeo, c/ Judá)
Outros Parentescos
Judá (sogro)|Er, Onã, Selá (maridos/cunhados)|Perez, Zerá (filhos)
Família Estendida
Provavelmente Cananeia. Casou-se com Er, filho mais velho de Judá. Após viuvez dupla e negação do levirato com Selá, garantiu sua descendência através de Judá.
Linhagem
Cananeia (?) / Ancestral da Tribo de Judá e da Linhagem Messiânica (via Perez)

Ministério e Morte

Papel Principal
Matriarca
Papéis Secundários
Nora Viúva Figura de Justiça/Direito
Ocupação
Desconhecida / Viúva
Causa da Morte
Desconhecida

Profecias

Nenhuma feita por ela, mas sua ação foi essencial para a continuidade da linhagem de Judá, da qual viriam Davi e o Messias, cumprindo a profecia de Jacó sobre Judá (Gn 49).

Milagres

As mortes de seus primeiros maridos, Er e Onã, são atribuídas ao juízo divino por sua maldade. O nascimento de seus filhos gêmeos assegurou a linhagem principal de Judá.

Citações Memoráveis

Enviando os objetos a Judá: "Do homem de quem são estas coisas eu concebi... Reconhece de quem é este selo, este cordão e este cajado." (Gn 38:25).

Eventos Principais

Casou-se com Er, filho de Judá. Após a morte de Er e do segundo filho, Onã (que recusou o dever do levirato), Judá reteve o terceiro filho, Selá. Tamar, sentindo-se injustiçada, disfarçou-se de prostituta para ter relações com seu sogro Judá e garantir sua descendência. Quando acusada de adultério, provou a paternidade de Judá com os objetos que ele lhe dera como penhor. Deu à luz os gêmeos Perez (ancestral de Davi/Jesus) e Zerá. Foi declarada "mais justa" por Judá.

Territórios e Jornadas

Região de Adulão / Timna / Enaim (Judá/Sefelá)

Arqueologia e Referências Extra-Bíblicas

Evidências Arqueológicas
Nenhuma direta. Contexto do período Patriarcal em Canaã e costumes como o levirato (ou similar) são conhecidos por fontes textuais e arqueológicas do Antigo Oriente Próximo.
Registros Históricos
Nenhum.
Nível de Confiabilidade Histórica
alto

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Juda
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Jacob (avô Por Afinidade)
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