Áquila era um judeu natural do Ponto, uma região na costa sul do Mar Negro (atual Turquia). Ele aparece pela primeira vez no livro de Atos em Corinto, Grécia, para onde havia se mudado recentemente de Roma com sua esposa Priscila (também chamada Prisca). A razão da mudança foi um decreto do Imperador Cláudio (c. 49 d.C.) que expulsou todos os judeus de Roma (Atos 18:1-2). Já eram cristãos ou se converteram logo após.
Em Corinto, o Apóstolo Paulo os encontrou. Descobriu que compartilhavam a mesma profissão – eram "fazedores de tendas" (grego: skenopoios, que poderia envolver trabalho com tecidos ou couro para tendas, velas, etc.). Paulo passou a morar e trabalhar com eles (Atos 18:3). Esta parceria no trabalho manual permitiu que Paulo se sustentasse enquanto pregava o evangelho em Corinto por um ano e meio.
Quando Paulo deixou Corinto para ir à Síria, Áquila e Priscila o acompanharam até Éfeso, onde permaneceram (Atos 18:18-19). Em Éfeso, demonstraram discernimento espiritual e zelo pelo evangelho ao encontrarem Apolo, um pregador eloquente e conhecedor das Escrituras, mas que só conhecia o batismo de João. O casal o levou à parte e "com mais exatidão lhe expuseram o caminho de Deus" (Atos 18:24-26), instruindo-o sobre a plenitude da mensagem de Cristo.
Sua casa em Éfeso se tornou um ponto de encontro para os cristãos locais, funcionando como uma igreja doméstica. Paulo envia saudações deles e da "igreja que está na casa deles" em sua primeira carta aos Coríntios, escrita de Éfeso (1 Coríntios 16:19).
Posteriormente, parece que Áquila e Priscila retornaram a Roma, pois Paulo os saúda calorosamente em sua Epístola aos Romanos (escrita provavelmente de Corinto, c. 57 d.C.). Nessa saudação, Paulo os chama de "meus cooperadores em Cristo Jesus" e revela um ato de extrema lealdade e coragem: "os quais pela minha vida expuseram a sua cabeça; e isto lhes agradeço, não somente eu, mas também todas as igrejas dos gentios". Ele também menciona novamente "a igreja que está na casa deles" em Roma (Romanos 16:3-5).
Finalmente, na última carta de Paulo, 2 Timóteo (escrita de uma prisão em Roma, c. 64-67 d.C.), ele envia saudações a "Prisca e Áquila" (2 Timóteo 4:19), sugerindo que eles estavam novamente em Éfeso ou em uma localidade conhecida por Timóteo (que estava em Éfeso).
A mobilidade do casal, sua fidelidade a Paulo, sua hospitalidade (abrindo a casa para a igreja) e seu engajamento conjunto no ministério (trabalhando, viajando, ensinando) fazem de Áquila e Priscila um exemplo notável de parceria leiga e ministerial na Igreja Primitiva.