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Enciclopédia de Personagens Bíblicos

Estêvão

Estêvão
Antigo Testamento
Igreja Primitiva

Informações Básicas

Início do Chamado Escolha como um dos Sete (logo após Pentecostes?)
Período Histórico Martírio c. 31-36 d.C. (Início da Igreja Primitiva)
Local de Nascimento Desconhecido (Provavelmente Diáspora)
Local da Morte Jerusalém (Fora da cidade)
Um dos Sete escolhidos em Jerusalém para servir às mesas (diaconia), Estêvão era um judeu helenista cheio de fé, graça e poder, realizando prodígios. Acusado falsamente de blasfêmia, defendeu-se corajosamente perante o Sinédrio com um discurso poderoso sobre a história de Israel e a rejeição a Cristo. Foi apedrejado até a morte, tornando-se o primeiro mártir cristão, enquanto orava por seus algozes.
O Primeiro Mártir Cristão, Cheio de Fé e Poder
Protomártir (Primeiro Mártir - título tradicional)

Biografia

Estêvão surge na narrativa da Igreja Primitiva em Jerusalém, no Livro de Atos, capítulo 6. Ele era um judeu helenista (de fala grega) e foi um dos sete homens "de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria" escolhidos pelos apóstolos para supervisionar a distribuição diária de alimentos às viúvas, resolvendo uma disputa entre os crentes helenistas e hebreus (Atos 6:1-6). Estêvão é destacado entre os Sete como "homem cheio de fé e do Espírito Santo" e, subsequentemente, "cheio de graça e poder", que "fazia prodígios e grandes sinais entre o povo" (Atos 6:5, 8).

Seu ministério eficaz e sua sabedoria ao debater com membros de várias sinagogas de judeus helenistas (Libertinos, Cireneus, Alexandrinos, etc.) provocaram forte oposição. Incapazes de refutar seus argumentos, seus opositores subornaram homens para acusá-lo falsamente de blasfêmia contra Moisés e contra Deus, especificamente contra o Templo e a Lei (Atos 6:9-14). Estêvão foi então preso e levado perante o Sinédrio (o supremo conselho judaico).

Diante do Sinédrio, o rosto de Estêvão brilhava "como o rosto de um anjo" (Atos 6:15). Questionado pelo sumo sacerdote, ele proferiu um longo e poderoso discurso (registrado em Atos 7), que recontou a história de Israel desde Abraão, passando por José, Moisés e Salomão. O discurso não foi tanto uma defesa contra as acusações, mas uma reinterpretação da história de Israel à luz de Cristo, destacando a contínua resistência do povo à liderança de Deus e aos Seus profetas (especialmente Moisés, a quem acusavam Estêvão de desrespeitar) e relativizando a centralidade absoluta do Templo físico. Ele culminou acusando diretamente os membros do Sinédrio: "Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis. Qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo [Jesus], do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos" (Atos 7:51-52).

Enfurecidos com suas palavras, os membros do conselho rangeram os dentes contra ele. Nesse momento, Estêvão, "cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus", e declarou: "Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus" (Atos 7:55-56). Esta visão do Cristo exaltado foi a confirmação final para seus acusadores.

Eles, tapando os ouvidos e gritando, arrastaram Estêvão para fora da cidade e o apedrejaram. As testemunhas (requeridas pela Lei para iniciar a execução) depositaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo (que mais tarde se tornaria o apóstolo Paulo), que consentia na morte de Estêvão (Atos 7:57-58; 8:1; 22:20). Enquanto era apedrejado, Estêvão fez duas orações semelhantes às de Jesus na cruz: primeiro, pediu a Jesus para receber seu espírito ("Senhor Jesus, recebe o meu espírito!") e depois, de joelhos, clamou em alta voz pelo perdão de seus assassinos ("Senhor, não lhes imputes este pecado!"). Tendo dito isso, adormeceu (morreu) (Atos 7:59-60).

Sua morte marcou o início de uma "grande perseguição contra a igreja em Jerusalém", forçando muitos crentes (exceto os apóstolos) a se dispersarem pelas regiões da Judeia e Samaria, o que paradoxalmente ajudou a espalhar o evangelho (Atos 8:1, 4). Estêvão é lembrado como o protomártir (primeiro mártir) cristão, um exemplo de fé, coragem, serviço e perdão.

Significado do Nome

Significado
Coroa, Grinalda
Idiomas Originais

Línguas em que o nome do personagem é encontrado nas escrituras originais:

Grego Koiné Possivelmente Aramaico/Hebraico
Nome Original
Grego: Stephanos (Στέφανος)

Títulos

Um dos Sete (Atos 6) Protomártir (Tradicional)

Família

Pai
Não nomeado
Mãe
Não nomeada
Outros Parentescos
Nenhum mencionado
Família Estendida
Judeu Helenista (de fala grega) na igreja de Jerusalém, conhecido por sua fé e sabedoria.
Linhagem
Judeu Helenista

Ministério e Morte

Papel Principal
Servo
Papéis Secundários
Mártir Pregador/Apologista Realizador de Milagres Testemunha
Ocupação
Servo/Diácono na Igreja de Jerusalém
Causa da Morte
Martírio por apedrejamento devido a falsas acusações de blasfêmia (Atos 7:58-60)

Profecias

Sua visão de Jesus em pé à direita de Deus (Atos 7:56) foi uma revelação profética da exaltação de Cristo e talvez de sua intercessão pelo mártir.

Milagres

Realizou "grandes prodígios e sinais entre o povo" (Atos 6:8). Teve a visão celestial de Cristo glorificado antes de morrer.

Citações Memoráveis

Discurso em Atos 7 (esp. v. 51: "Homens de dura cerviz..."). Visão: "Eis que vejo os céus abertos..." (At 7:56). Últimas palavras: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito!" e "Senhor, não lhes imputes este pecado!" (At 7:59-60).

Eventos Principais

Escolhido como um dos Sete para servir às mesas (diaconia). Ministério público de milagres e pregação/debate. Oposição e falsas acusações de blasfêmia. Discurso corajoso perante o Sinédrio recontando a história de Israel e acusando os líderes. Visão de Jesus glorificado. Martírio por apedrejamento, testemunhado por Saulo.

Territórios e Jornadas

Jerusalém

Arqueologia e Referências Extra-Bíblicas

Evidências Arqueológicas
Nenhuma evidência arqueológica direta de Estêvão. O contexto de Jerusalém do século I, o Sinédrio e as sinagogas mencionadas são historicamente plausíveis.
Registros Históricos
Nenhum registro histórico extra-bíblico conhecido. Sua história é exclusiva do Livro de Atos.
Nível de Confiabilidade Histórica
alto

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