A Rainha de Sabá é uma figura proeminente que visita o Rei Salomão durante o auge de seu reinado, conforme narrado em 1 Reis 10 e 2 Crônicas 9. Ouvindo falar da grande fama de Salomão "concernente ao nome do SENHOR" e de sua extraordinária sabedoria, ela decidiu viajar desde seu reino distante (provavelmente no sudoeste da Arábia, moderno Iêmen, um centro do lucrativo comércio de especiarias) até Jerusalém para testá-lo pessoalmente com "perguntas difíceis" ou enigmas (*chidah*) (1 Reis 10:1).
Ela chegou a Jerusalém com uma caravana muito grande e impressionante, trazendo camelos carregados de especiarias finas, grande quantidade de ouro e pedras preciosas – presentes dignos de uma monarca rica e poderosa (1 Reis 10:2a, 10).
Ao se encontrar com Salomão, apresentou-lhe todas as suas questões complexas, e "Salomão lhe deu resposta a todas as suas perguntas; nenhuma delas lhe foi demasiadamente difícil que não pudesse responder" (1 Reis 10:3). A rainha não ficou impressionada apenas com as respostas, mas com tudo o que viu: a sabedoria prática de Salomão, a magnificência do palácio que ele construíra, a fartura de sua mesa, a organização e as vestes de seus servos e copeiros, e a grandiosidade dos holocaustos que ele oferecia no Templo do Senhor. A Bíblia descreve sua reação dizendo que ela ficou "como que fora de si" ou "não houve mais espírito nela" (1 Reis 10:4-5), totalmente maravilhada.
Ela então confessou a Salomão que o que via excedia em muito os relatos que ouvira em sua terra, reconhecendo a veracidade de sua sabedoria e prosperidade. Elogiou a felicidade dos servos de Salomão que podiam ouvir sua sabedoria continuamente (1 Reis 10:6-8). De forma significativa, a rainha não louvou apenas Salomão, mas também o Deus de Israel: "Bendito seja o SENHOR, teu Deus, que se agradou de ti para te pôr no trono de Israel; porquanto o SENHOR ama a Israel para sempre, por isso, te constituiu rei, para executares juízo e justiça" (1 Reis 10:9). Este reconhecimento de YHWH por uma rainha pagã é um testemunho do impacto da sabedoria divina concedida a Salomão.
Após o diálogo e a observação, houve uma troca formal de presentes. A Rainha de Sabá deu a Salomão cento e vinte talentos de ouro (uma quantidade enorme), uma abundância de especiarias nunca vista antes igual em Israel, e pedras preciosas. Por sua vez, o rei Salomão deu à rainha "tudo o que lhe veio ao desejo e pediu, além do que lhe deu por sua liberalidade real" (1 Reis 10:10, 13).
Concluída a visita, a Rainha de Sabá retornou com seus servos para sua própria terra (1 Reis 10:13). Sua história permaneceu na memória de Israel e foi usada por Jesus séculos depois. Ele a chamou de "Rainha do Sul" e declarou que ela se levantaria no juízo para condenar a geração incrédula de seus dias, pois ela viera "dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão", enquanto eles rejeitavam Alguém "maior do que Salomão" que estava entre eles (Mateus 12:42; Lucas 11:31). Embora a Bíblia não forneça seu nome pessoal, tradições posteriores (judaicas, islâmicas e etíopes) desenvolveram muitas lendas sobre ela (chamando-a Bilqis ou Makeda) e sua relação com Salomão, mas estas não fazem parte do relato canônico.