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Enciclopédia de Personagens Bíblicos

Ester

Ester
Antigo Testamento
Pós-exílio

Informações Básicas

Início do Chamado Seleção como rainha (c. 479 a.C.?)
Período Histórico Séc. V a.C. (Reinado de Xerxes I, 486-465 a.C.)
Local de Nascimento Diáspora (Babilônia/Pérsia?)
Local da Morte Desconhecido (Pérsia?)
Jovem judia órfã na Pérsia, Ester (originalmente Hadassa) foi escolhida rainha pelo rei Assuero (Xerxes I). Alertada por seu primo Mardoqueu sobre um plano de Hamã para exterminar os judeus, ela arriscou sua vida ao interceder junto ao rei. Conseguiu expor Hamã, reverter o decreto e garantir a sobrevivência de seu povo, evento comemorado na festa do Purim.
A Rainha Judia que Salvou Seu Povo na Pérsia
Hadassa

Biografia

Ester, cujo nome hebraico era Hadassa, era uma jovem judia órfã da tribo de Benjamim que vivia em Susa, a capital do Império Persa, sob os cuidados de seu primo Mardoqueu (Ester 2:5-7, 15). Ela viveu durante o reinado de Assuero, comumente identificado como Xerxes I (486-465 a.C.).

Quando a rainha Vasti foi deposta por desobedecer ao rei, foi organizado um processo para selecionar uma nova rainha entre as virgens mais belas do império. Ester foi levada ao harém real e, por sua beleza e graça, ganhou o favor de Hegai, o eunuco responsável, e, finalmente, do próprio rei Assuero, que a coroou rainha em lugar de Vasti (Ester 2:8-18). Seguindo o conselho de Mardoqueu, Ester manteve sua identidade judaica em segredo.

Enquanto isso, Mardoqueu, que frequentava o portão do palácio, descobriu uma conspiração para assassinar o rei e informou Ester, que alertou Assuero em nome de Mardoqueu. O ato foi registrado nas crônicas reais (Ester 2:21-23). Posteriormente, Hamã, um agagita (descendente dos amalequitas, inimigos históricos de Israel), foi exaltado pelo rei a uma posição de grande poder. Todos se curvavam a Hamã, exceto Mardoqueu, o judeu. Enfurecido pela recusa de Mardoqueu, Hamã decidiu não apenas se vingar dele, mas exterminar todo o povo judeu no império. Ele manipulou o rei Assuero para obter um decreto real, selado com o anel do rei, ordenando o massacre dos judeus em um dia específico, 13 de Adar (Ester 3).

Ao saber do decreto, Mardoqueu e todos os judeus entraram em grande luto e jejum. Mardoqueu enviou uma mensagem a Ester, instando-a a interceder junto ao rei por seu povo. Ester hesitou, lembrando que se apresentar ao rei sem ser chamada era punível com a morte, a menos que o rei estendesse seu cetro de ouro. Mardoqueu respondeu com uma mensagem poderosa, argumentando que o silêncio dela não garantiria sua própria segurança e sugerindo que talvez ela tivesse chegado à posição real "para tal tempo como este" (Ester 4:1-14).

Com grande coragem, Ester decidiu agir. Pediu que Mardoqueu reunisse os judeus de Susa para jejuarem por ela por três dias, enquanto ela e suas servas também jejuariam. Declarou sua resolução: "...irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci" (Ester 4:15-17).

Ao terceiro dia, Ester apresentou-se ao rei, que estendeu o cetro, concedendo-lhe favor. Em vez de apresentar seu pedido imediatamente, ela convidou o rei e Hamã para um banquete naquele dia, e depois para um segundo banquete no dia seguinte (Ester 5). Nesse ínterim, Hamã, ainda furioso com Mardoqueu, mandou construir uma forca altíssima para ele. Naquela mesma noite, o rei Assuero, sofrendo de insônia, pediu que lessem as crônicas reais e descobriu que Mardoqueu nunca havia sido recompensado por salvar sua vida. Ironicamente, Hamã foi obrigado a honrar publicamente Mardoqueu.

No segundo banquete, Ester finalmente revelou ao rei sua identidade judaica e o plano genocida de Hamã contra ela e seu povo, identificando Hamã como o "adversário e inimigo" (Ester 7). O rei, furioso, saiu brevemente, e Hamã caiu sobre o leito onde Ester estava para suplicar por sua vida, sendo mal interpretado pelo rei ao retornar. Hamã foi imediatamente condenado e enforcado na forca que preparara para Mardoqueu.

Como o decreto original não podia ser revogado, Ester e Mardoqueu (agora em posição de honra) obtiveram permissão do rei para emitir um novo decreto, permitindo que os judeus se reunissem e se defendessem de seus inimigos no dia designado (Ester 8). No dia 13 de Adar, os judeus lutaram e prevaleceram sobre aqueles que tentaram destruí-los em todo o império. Em Susa, a luta continuou no dia 14 (Ester 9:1-19).

Para comemorar essa grande libertação, Ester e Mardoqueu instituíram a festa anual do Purim (nome derivado de *Pur*, sorte, que Hamã lançou para escolher o dia do massacre), a ser celebrada nos dias 14 e 15 de Adar com banquetes, alegria, troca de presentes e ofertas aos pobres (Ester 9:20-32). A história de Ester é um testemunho da coragem, sabedoria e fidelidade de uma mulher que arriscou tudo por seu povo, e da providência soberana de Deus agindo nos bastidores para preservar Israel.

Significado do Nome

Significado
Hadassa: Murta. Ester: Incerto (Estrela? Ishtar?).
Idiomas Originais

Línguas em que o nome do personagem é encontrado nas escrituras originais:

Hebraico Aramaico? Persa?
Nome Original
Hebraico: Hadassah (הֲדַסָּה)|Persa: Ester (אֶסְתֵּר)

Títulos

Rainha da Pérsia Hadassa

Família

Pai
Abiail
Mãe
Não nomeada (Órfã)
Cônjuges
Rei Assuero (Xerxes I)
Outros Parentescos
Mardoqueu (Primo e pai adotivo)
Família Estendida
Órfã judia da tribo de Benjamim, criada por seu primo Mardoqueu em Susa, capital persa.
Tribo
Benjamim
Linhagem
Judia da Tribo de Benjamim (Diáspora)

Ministério e Morte

Papel Principal
Rainha
Papéis Secundários
Intercessora Heroína Nacional Instrumento da Providência Divina
Ocupação
Rainha consorte
Causa da Morte
Desconhecida

Profecias

Nenhuma profecia registrada por ela, mas sua vida é vista como parte do cumprimento da proteção divina sobre Israel.

Milagres

Nenhum milagre sobrenatural explícito (no texto hebraico), mas a sequência providencial de eventos (favor do rei, insônia real, queda de Hamã, livramento dos judeus) aponta para a mão oculta e intervenção de Deus.

Citações Memoráveis

"...irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci." (Et 4:16). "Um adversário e inimigo, este mau Hamã!" (Et 7:6). "Fazei tudo o que ele [o rei] vos disser [sobre o segundo decreto]." (Implícito em Et 8)

Eventos Principais

Órfã criada por Mardoqueu. Escolhida rainha da Pérsia (esposa de Assuero/Xerxes). Escondeu identidade judaica. Interveio corajosamente pelo seu povo contra o decreto genocida de Hamã, arriscando a própria vida. Expos Hamã em banquetes estratégicos. Obteve um decreto real permitindo a defesa dos judeus. Ajudou a instituir a festa do Purim.

Territórios e Jornadas

Susa (Capital Persa) Império Persa (contexto)

Arqueologia e Referências Extra-Bíblicas

Evidências Arqueológicas
Nenhuma evidência direta de Ester/Mardoqueu. Contexto do Império Persa sob Xerxes I (palácios em Susa, administração, costumes) é bem estabelecido arqueologicamente.
Registros Históricos
Xerxes I é bem documentado por historiadores gregos (Heródoto). Sua esposa principal registrada é Améstris, não Vasti ou Ester (levando a debates sobre identificação/status de Ester). Nenhuma fonte persa menciona Ester, Mardoqueu, Vasti ou Hamã.
Nível de Confiabilidade Histórica
medio

Livros em que Aparece

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