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Enciclopédia de Personagens Bíblicos

Serpente (Gênesis)

Antigo Testamento
Primeva

Informações Básicas

Início do Chamado Tentação de Eva
Período Histórico Era Primeva (Jardim do Éden, logo após a Criação Humana)
Local de Nascimento Jardim do Éden (Criada)
Local da Morte Não Aplicável (Maldição/Derrota)
Descrita como a mais astuta das criaturas no Jardim do Éden, a Serpente dialogou com Eva, distorcendo a palavra de Deus e tentando-a a comer do fruto proibido da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Sua ação levou à desobediência de Eva e Adão (A Queda) e à entrada do pecado no mundo. Foi amaldiçoada por Deus, com uma promessa de inimizade e derrota futura pela descendência da mulher. É identificada no Novo Testamento com Satanás.
O Enganador Astuto que Levou à Queda no Éden
Satanás Diabo Antiga Serpente

Biografia

A Serpente aparece no Jardim do Éden em Gênesis 3, logo após a criação de Adão e Eva. Ela é introduzida como "mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito" (Gênesis 3:1). Sua astúcia se manifesta imediatamente em sua abordagem a Eva.

Ela inicia o diálogo questionando sutilmente a bondade e a palavra de Deus: "É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?" (Gênesis 3:1). Eva corrige a pergunta, afirmando que podiam comer de todas as árvores, exceto da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal, sob pena de morte. A Serpente então passa da insinuação para a contradição direta da palavra de Deus e a acusação contra Seu caráter: "É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal" (Gênesis 3:4-5). Ela planta a semente da dúvida, do desejo por autonomia e da desconfiança em relação a Deus, apelando para o orgulho e o desejo de ser "como Deus".

Eva cede à tentação – vendo que a árvore era boa para comer, agradável aos olhos e desejável para dar entendimento – comeu do fruto proibido e o ofereceu a Adão, que também comeu (Gênesis 3:6). Este ato de desobediência, instigado pela Serpente, constitui a Queda da humanidade, resultando na perda da inocência (perceberam que estavam nus), na vergonha, no medo de Deus e na quebra da comunhão original com o Criador (Gênesis 3:7-10).

Quando Deus confronta Adão e Eva, eles tentam culpar outros – Adão culpa Eva (e indiretamente Deus, que a deu a ele), e Eva culpa a Serpente ("A serpente me enganou, e eu comi" - Gênesis 3:13). Deus então pronuncia juízos sobre cada um deles. À Serpente, Deus dirige uma maldição específica: "Porquanto fizeste isso, maldita serás mais que toda besta e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás e pó comerás todos os dias da tua vida" (Gênesis 3:14). Além da humilhação física, Deus estabelece uma inimizade espiritual perpétua: "Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar" (Gênesis 3:15). Esta última frase é conhecida como o Protoevangelho (a primeira promessa do evangelho), prevendo o conflito contínuo entre a humanidade (representada pela descendência da mulher, culminando em Cristo) e as forças do mal (representadas pela serpente e sua descendência), e a vitória final de Cristo sobre Satanás (ferir a cabeça), embora Ele mesmo fosse ferido no processo (ferir o calcanhar).

Embora Gênesis 3 não identifique explicitamente a Serpente com Satanás, essa conexão é feita claramente no Novo Testamento. Apocalipse 12:9 e 20:2 se referem ao "grande dragão", que é "a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo". Paulo também alude ao evento, temendo que os coríntios sejam enganados "como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia" (2 Coríntios 11:3). Jesus identifica o Diabo como "homicida desde o princípio" e "pai da mentira" (João 8:44), características evidentes na ação da Serpente no Éden. Assim, a Serpente de Gênesis é entendida como a manifestação ou o instrumento do próprio Satanás na primeira tentação humana, responsável por introduzir o pecado e a morte na criação de Deus.

Significado do Nome

Significado
Serpente, Cobra (Hebraico Nachash)
Idiomas Originais

Línguas em que o nome do personagem é encontrado nas escrituras originais:

Linguagem animal? (Capaz de comunicação inteligível)
Nome Original
Hebraico: hanNachash (הַנָּחָשׁ)|Grego: ho Ophis (ὁ ὄφις)

Títulos

A Serpente A Antiga Serpente Diabo Satanás

Família

Pai
Criada por Deus (Gn 3:1)
Mãe
Não Aplicável
Filhos
"Semente da Serpente" (espiritual - Gn 3:15)
Outros Parentescos
Nenhum (se animal)|Anjos caídos (se Satanás)
Família Estendida
Uma das "alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito", descrita como a mais astuta. Identificada no NT como Satanás.
Linhagem
Criatura Animal / Manifestação de Anjo Caído (Satanás)

Ministério e Morte

Papel Principal
Antagonista
Papéis Secundários
Tentador Enganador Instrumento de Satanás
Ocupação
Tentador / Enganador
Causa da Morte
Não aplicável (Maldição / Derrota futura profetizada em Gn 3:15)

Profecias

Foi objeto da maldição de Deus que continha a primeira profecia messiânica (Protoevangelho - Gn 3:15), prevendo sua inimizade com a descendência da mulher e sua derrota final ("Ele te ferirá a cabeça").

Milagres

Capacidade sobrenatural (ou possessão) de falar com Eva e raciocinar astutamente. Sua tentação resultou na Queda, um evento com consequências espirituais e físicas radicais.

Citações Memoráveis

A Eva: "É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?" (Gn 3:1). "É certo que não morrereis." (Gn 3:4). "...sereis como Deus, conhecedores do bem e do mal." (Gn 3:5).

Eventos Principais

Aproximou-se de Eva no Jardim do Éden. Questionou a palavra e a bondade de Deus. Contradisse diretamente a advertência divina sobre a morte. Tentou Eva com a promessa de divindade e conhecimento proibido. Induziu Eva (e através dela, Adão) a comer do fruto proibido, causando a Queda da humanidade. Recebeu uma maldição específica de Deus, incluindo a profecia de sua derrota final (Gn 3:14-15).

Territórios e Jornadas

Jardim do Éden

Arqueologia e Referências Extra-Bíblicas

Evidências Arqueológicas
Não aplicável (narrativa primordial/teológica). Iconografia de serpentes era comum no Antigo Oriente Próximo, frequentemente com associações negativas ou de caos, mas também de sabedoria ou divindade.
Registros Históricos
Nenhum direto. Mitos de criação, queda e figuras enganadoras (muitas vezes reptilianas) existem em diversas culturas antigas.
Nível de Confiabilidade Histórica
alto

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