Simão, o Zelote, também chamado de Simão, o Cananeu, é um dos Doze Apóstolos de Jesus Cristo, mas permanece uma das figuras mais obscuras entre eles. Seu nome aparece em todas as quatro listas dos apóstolos no Novo Testamento (Mateus 10:4; Marcos 3:18; Lucas 6:15; Atos 1:13).
Seu epíteto distintivo é a principal informação que temos sobre ele. Lucas e Atos o chamam de "Zelote" (grego: *zēlōtēs*), enquanto Mateus e Marcos usam o termo "Cananeu" (grego: *Kananaios*). "Cananeu" aqui não se refere à região da Cananeia, mas é a transliteração grega de uma palavra aramaica (*Qan'anā* ou *Qan'ānāy*) que significa "o zeloso" ou "o entusiasta". Portanto, ambos os termos provavelmente apontam para a mesma característica ou afiliação: Simão pertencia, ou pelo menos simpatizava fortemente, com o movimento dos Zelotes.
Os Zelotes eram um grupo judaico do primeiro século conhecido por seu fervoroso zelo pela Lei Mosaica e sua ardente oposição ao domínio romano sobre a Judeia, às vezes recorrendo à violência em sua busca pela independência nacional e teocrática. A inclusão de um Zelote (radicalmente anti-Roma) no mesmo grupo íntimo que incluía Mateus (um publicano, colaborador de Roma) demonstra o poder extraordinário de Jesus em unir pessoas de origens e convicções políticas extremas sob Seu senhorio e em Sua missão pelo Reino de Deus.
Além de sua identificação como Zelote/Cananeu e sua inclusão entre os Doze, o Novo Testamento não registra nenhuma palavra dita por Simão, nenhuma ação específica realizada por ele, nem qualquer detalhe sobre seu caráter ou ministério individual. Presumivelmente, ele acompanhou Jesus durante Seu ministério terreno, testemunhou Seus milagres e ensinamentos, esteve presente nos eventos da Paixão e Ressurreição (embora não mencionado especificamente), e recebeu o Espírito Santo no Pentecostes junto com os outros apóstolos (Atos 1:13; 2:1-4).
Como um dos Doze, ele compartilhou da autoridade apostólica para pregar, ensinar, curar e expulsar demônios (Mateus 10:1-8). Após o Pentecostes, ele teria participado do ministério inicial da igreja em Jerusalém e, posteriormente, possivelmente em missões em outras regiões. No entanto, os detalhes de seu ministério pós-Pentecostes são desconhecidos das fontes canônicas. Tradições posteriores da igreja (variadas e muitas vezes lendárias) associam seu nome a pregações em lugares tão diversos quanto Egito, Cirene, Mauritânia, Bretanha, Pérsia e Babilônia, frequentemente em parceria com o apóstolo Judas Tadeu. As tradições sobre sua morte também variam, incluindo martírio por crucificação, ser serrado ao meio, ou outras formas violentas, em locais como a Pérsia ou a Bretanha. Nenhuma dessas tradições possui forte confirmação histórica.