José era um carpinteiro (*tektōn*, artesão) da cidade de Nazaré, na Galileia. As genealogias em Mateus 1 e Lucas 3 traçam sua linhagem até o Rei Davi (através de Salomão em Mateus, e Natã em Lucas, representando talvez a linha legal e a física, ou diferentes ramos), estabelecendo as credenciais davídicas de Jesus através de seu pai legal. Ele estava noivo de uma jovem chamada Maria quando ela concebeu Jesus milagrosamente pela ação do Espírito Santo (Mateus 1:18; Lucas 1:26-27).
Ao descobrir a gravidez de Maria antes de consumarem o casamento, José, sendo um "homem justo" e não querendo expô-la à vergonha pública (o que poderia levar ao apedrejamento segundo a Lei), decidiu repudiá-la secretamente. No entanto, um anjo do Senhor lhe apareceu em sonho, revelando a origem divina da criança, instruindo-o a não temer receber Maria como esposa, a nomear o menino Jesus ("YHWH Salva"), pois Ele salvaria Seu povo dos pecados, e citando a profecia de Emanuel (Isaías 7:14). José demonstrou fé e obediência imediatas, fazendo conforme o anjo ordenara e recebendo Maria como sua esposa, mas sem ter relações íntimas com ela até o nascimento de Jesus (Mateus 1:19-25).
Devido a um decreto de recenseamento do Imperador Romano Augusto, José viajou com Maria, já em estado avançado de gravidez, de Nazaré para Belém, a cidade de Davi, para se alistar, pois era da casa e família de Davi. Foi em Belém que Jesus nasceu, em condições humildes (Lucas 2:1-7). José esteve presente na visita dos pastores e, posteriormente (em Mateus), na dos Magos do Oriente à casa onde estavam.
Após a visita dos Magos, José foi novamente instruído por um anjo em sonho a fugir para o Egito com Maria e o menino Jesus, para escapar do plano assassino de Herodes, o Grande. Ele obedeceu prontamente, permanecendo no Egito até a morte de Herodes (Mateus 2:13-15). Após a morte de Herodes, outro sonho angélico o instruiu a retornar à terra de Israel. Contudo, ao saber que Arquelau (filho de Herodes) reinava na Judeia, teve receio e, avisado novamente em sonho, desviou-se para a região da Galileia, estabelecendo a Sagrada Família de volta em Nazaré (Mateus 2:19-23).
José cumpriu fielmente os deveres religiosos judaicos. Ele levou Jesus a Jerusalém para a circuncisão ao oitavo dia e para os ritos de apresentação e purificação no Templo, onde encontraram Simeão e Ana (Lucas 2:21-38). A família subia a Jerusalém anualmente para a Festa da Páscoa. Foi numa dessas viagens, quando Jesus tinha 12 anos, que Ele ficou para trás no Templo discutindo com os doutores da Lei. José e Maria, aflitos, procuraram-no por três dias até encontrá-lo. Embora não compreendessem totalmente a resposta de Jesus ("não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?"), Ele retornou com eles a Nazaré e lhes era submisso (Lucas 2:41-51).
Depois deste episódio, José desaparece das narrativas dos Evangelhos. Ele não é mencionado durante o ministério público de Jesus, nem no casamento em Caná (onde Maria estava presente), nem ao pé da cruz (onde Jesus confia Maria aos cuidados de João). Isso leva à conclusão quase universal de que José faleceu em algum momento entre os 12 anos de Jesus e o início de Seu ministério público, por volta dos 30 anos. Seu legado, no entanto, permanece como o do homem justo e obediente que Deus escolheu para ser o guardião terreno e pai legal de Seu Filho encarnado.