Lázaro era irmão de Marta e Maria, e os três residiam em Betânia, uma aldeia próxima a Jerusalém. O Evangelho de João destaca a afeição especial que Jesus tinha por esta família: "Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro" (João 11:5).
A narrativa central sobre Lázaro encontra-se em João 11. Ele adoeceu gravemente, e suas irmãs enviaram mensageiros a Jesus com a notícia: "Senhor, está enfermo aquele a quem amas" (João 11:3). Jesus, ouvindo isso, declarou que a enfermidade não era para morte, mas para a glória de Deus, e deliberadamente permaneceu onde estava por mais dois dias antes de decidir ir a Betânia. Nesse ínterim, Lázaro morreu.
Quando Jesus chegou a Betânia, Lázaro já estava sepultado havia quatro dias. Marta foi ao encontro de Jesus, expressando sua fé mas também sua dor pela demora. Jesus lhe assegurou: "Teu irmão há de ressurgir" e fez a profunda declaração: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente" (João 11:23-26). Maria também veio ao encontro de Jesus, expressando dor semelhante. Vendo o luto delas e dos judeus presentes, Jesus "agitou-se no espírito e comoveu-se", perguntando onde o haviam sepultado. Ao chegar ao local, um túmulo em forma de gruta com uma pedra na entrada, "Jesus chorou" (João 11:33-35), demonstrando Sua profunda humanidade e compaixão.
Apesar da objeção de Marta sobre o estado do corpo ("já cheira mal, porque já é de quatro dias"), Jesus ordenou que removessem a pedra. Orou ao Pai, agradecendo por sempre ouvi-lo, e então clamou em alta voz: "Lázaro, vem para fora!" (João 11:43). Milagrosamente, Lázaro saiu do túmulo, ainda envolto nas faixas funerárias, e Jesus ordenou que o desatassem.
Este sinal extraordinário teve um impacto duplo. Muitos judeus que testemunharam o evento creram em Jesus. Outros, porém, foram relatar o ocorrido aos fariseus. O Sinédrio (supremo conselho judaico) se reuniu, temendo que os milagres de Jesus levassem a uma intervenção romana. Caifás, o sumo sacerdote, argumentou pragmaticamente (e profeticamente, sem o saber) que era conveniente que um homem morresse pelo povo. A partir daquele dia, decidiram matar Jesus (João 11:45-53). A ressurreição de Lázaro, portanto, foi um catalisador direto para a Paixão de Cristo.
Seis dias antes da Páscoa, Jesus estava novamente em Betânia, em um jantar oferecido em Sua honra, onde Lázaro estava presente, reclinado à mesa com Ele (João 12:1-2). Foi nessa ocasião que Maria ungiu os pés de Jesus com um perfume caro. A presença de Lázaro ressuscitado atraiu uma grande multidão, não apenas para ver Jesus, but também para ver Lázaro. Por causa disso, os principais sacerdotes tramaram matar também a Lázaro, "porque muitos dos judeus, por causa dele, voltavam crendo em Jesus" (João 12:9-11). Lázaro se tornou uma testemunha viva e poderosa do poder de Jesus sobre a morte, e por isso, um alvo da hostilidade daqueles que rejeitavam Cristo. A Bíblia não relata mais nada sobre sua vida posterior ou sua segunda morte.