Tiago, filho de Zebedeu e irmão mais velho (provavelmente) do apóstolo João, era um pescador no Mar da Galileia. Ele e João trabalhavam com seu pai, Zebedeu, e tinham empregados, sugerindo uma condição econômica razoável (Marcos 1:19-20). Jesus os chamou para serem Seus discípulos enquanto estavam no barco consertando as redes. Eles imediatamente deixaram o barco e seu pai para seguir Jesus (Mateus 4:21-22; Marcos 1:19-20).
Tiago foi escolhido por Jesus como um dos Doze Apóstolos (Mateus 10:2; Marcos 3:17; Lucas 6:14). Dentro do grupo dos Doze, ele pertencia ao círculo mais próximo de Jesus, junto com seu irmão João e Simão Pedro. Estes três foram privilegiados ao testemunhar eventos singulares que os outros apóstolos não viram: a ressurreição da filha de Jairo (Marcos 5:37), a Transfiguração de Jesus no monte (Mateus 17:1; Marcos 9:2; Lucas 9:28), e a agonia de Jesus no Jardim do Getsêmani na noite anterior à crucificação (Marcos 14:33).
Jesus apelidou Tiago e João de "Boanerges", que significa "Filhos do Trovão" (Marcos 3:17). Este apelido pode refletir um temperamento impetuoso, zeloso ou talvez uma forte paixão. Um exemplo desse zelo (talvez mal direcionado inicialmente) é visto em Lucas 9:54, quando Tiago e João perguntaram a Jesus se deveriam mandar descer fogo do céu para consumir uma aldeia samaritana que não os recebeu.
Em outra ocasião, Tiago e João (ou sua mãe em nome deles, segundo Mateus) fizeram um pedido ambicioso a Jesus: sentarem-se um à Sua direita e outro à Sua esquerda em Sua glória. Jesus usou a oportunidade para ensinar sobre a natureza do Seu reino, o custo do discipulado (beber o cálice do sofrimento) e a importância da liderança servil, em contraste com o domínio exercido pelos gentios (Marcos 10:35-45; Mateus 20:20-28).
Após a ressurreição e ascensão de Jesus, Tiago estava com os outros apóstolos em Jerusalém, perseverando em oração no cenáculo (Atos 1:13) e, presumivelmente, recebeu o Espírito Santo no Pentecostes.
Seu fim veio relativamente cedo na história da Igreja Primitiva. Atos 12:1-2 registra que o Rei Herodes Agripa I (neto de Herodes, o Grande), buscando agradar alguns líderes judeus hostis à igreja, "lançou mão de alguns que eram da igreja para os maltratar; e fez matar à espada Tiago, irmão de João". Isso ocorreu provavelmente por volta de 44 d.C. em Jerusalém. Tiago se tornou, assim, o primeiro dos Doze Apóstolos a morrer como mártir por sua fé em Cristo, cumprindo a palavra de Jesus de que ele beberia do Seu cálice.
Embora sua participação registrada seja menor que a de Pedro ou João, sua posição no círculo íntimo e seu status como o primeiro mártir apostólico lhe conferem grande importância na história da Igreja Primitiva. (Tradições posteriores que o ligam à Espanha são consideradas lendárias pela maioria dos historiadores).