João Batista foi o profeta divinamente escolhido para preparar o caminho para Jesus Cristo. Seu nascimento foi miraculoso, anunciado pelo anjo Gabriel a seu pai, o sacerdote Zacarias, e sua mãe, Isabel, que eram idosos e estéreis. Isabel era parente de Maria, mãe de Jesus (Lucas 1). Devido à incredulidade inicial, Zacarias ficou mudo até o nascimento e nomeação de João, quando proferiu uma profecia (o Benedictus) sobre o papel de seu filho.
João cresceu e viveu no deserto até o início de seu ministério público (Lucas 1:80), adotando um estilo de vida ascético semelhante ao do profeta Elias (vestes de pelos de camelo, cinto de couro, dieta de gafanhotos e mel silvestre - Mateus 3:4). Seu ministério começou na região do rio Jordão, proclamando "Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus!" (Mateus 3:2). Ele administrava um batismo de arrependimento para perdão dos pecados, atraindo grandes multidões de Jerusalém, Judeia e da região do Jordão.
Sua pregação era direta e confrontadora, denunciando o pecado, chamando a todos (incluindo líderes religiosos como fariseus e saduceus, a quem chamou de "raça de víboras") a produzirem frutos dignos de arrependimento, e anunciando um juízo iminente ("o machado já está posto à raiz das árvores") (Mateus 3:7-10; Lucas 3:7-14). Ele apontava para Aquele que viria depois dele, o Messias, declarando ser indigno até de desatar suas sandálias, e afirmando que o Messias batizaria com o Espírito Santo e com fogo (Mateus 3:11).
O ponto culminante de seu ministério preparatório foi o batismo de Jesus no rio Jordão. João inicialmente hesitou, reconhecendo a superioridade de Jesus, mas Jesus insistiu "para cumprir toda a justiça". Durante o batismo, os céus se abriram, o Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma de pomba, e uma voz do céu declarou: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mateus 3:13-17).
João deu testemunho explícito sobre Jesus, identificando-o como "o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1:29, 36) e como o Filho de Deus. Ele direcionou seus próprios discípulos (como André) a seguirem Jesus (João 1:35-37). Com humildade, reconheceu seu papel subordinado: "Convém que ele [Jesus] cresça e que eu diminua" (João 3:30).
Seu ministério corajoso o levou a confrontar Herodes Antipas, o tetrarca da Galileia, por ter se casado com Herodias, esposa de seu irmão Filipe. Essa denúncia resultou em sua prisão (Lucas 3:19-20). Da prisão, João enviou discípulos para perguntar a Jesus se Ele era realmente o Messias esperado, talvez um momento de dúvida ou buscando confirmação final. Jesus respondeu apontando para seus milagres e pregação como cumprimento das profecias, e reafirmou a grandeza de João (Mateus 11:2-19).
João foi executado por decapitação por ordem de Herodes Antipas, instigado por Herodias através de sua filha (tradicionalmente Salomé), que pediu a cabeça de João como recompensa por sua dança numa festa de aniversário do tetrarca (Mateus 14:3-12; Marcos 6:17-29). Seus discípulos sepultaram seu corpo.
Jesus declarou que, entre os nascidos de mulher, ninguém era maior que João Batista, mas que o menor no Reino dos Céus era maior do que ele (Mateus 11:11). Ele o identificou como o cumprimento da profecia do retorno de Elias (Mateus 11:14; 17:10-13), preparando o caminho para o Senhor.