Maria, uma jovem judia de Nazaré na Galileia, noiva de um carpinteiro chamado José, ambos da linhagem de Davi, foi escolhida por Deus para um papel singular na história da salvação. O anjo Gabriel lhe apareceu (Anunciação), anunciando que ela conceberia pelo poder do Espírito Santo e daria à luz um filho, Jesus, que seria chamado Filho do Altíssimo e herdaria o trono de Davi (Lucas 1:26-35). Apesar da perplexidade inicial, Maria respondeu com fé e submissão: "Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra" (Lucas 1:38).
Logo após, visitou sua parente Isabel, que estava grávida de João Batista. Ao ouvir a saudação de Maria, Isabel ficou cheia do Espírito Santo e aclamou Maria como "bendita entre as mulheres" e "mãe do meu Senhor". Em resposta, Maria proferiu o cântico conhecido como Magnificat, um hino de louvor a Deus por sua misericórdia e por exaltar os humildes (Lucas 1:39-56).
José, ao saber da gravidez antes de coabitarem, planejou deixá-la secretamente, mas foi instruído por um anjo em sonho a recebê-la como esposa, pois o que nela fora gerado era do Espírito Santo (Mateus 1:18-25). Devido a um censo romano, viajaram para Belém, cidade de Davi, onde Jesus nasceu numa manjedoura por falta de lugar na hospedaria (Lucas 2:1-7). Receberam a visita de pastores e, mais tarde, de Magos do Oriente (Mateus 2). Apresentaram Jesus no Templo em Jerusalém, onde Simeão e Ana proferiram profecias sobre o menino e sobre a dor que Maria enfrentaria (Lucas 2:22-38). Para escapar da perseguição de Herodes, fugiram para o Egito, retornando a Nazaré após a morte do rei (Mateus 2).
Os Evangelhos registram poucos detalhes da vida de Maria durante a infância e ministério de Jesus, mas destacam sua presença atenta ("guardava todas estas palavras, meditando-as no coração" - Lucas 2:19, 51) e sua participação em eventos como a perda e reencontro de Jesus no Templo aos 12 anos (Lucas 2:41-52) e as Bodas de Caná, onde sua intervenção discreta levou Jesus a realizar seu primeiro sinal (João 2:1-11). Em outra ocasião, ela e os irmãos de Jesus o procuraram, talvez por preocupação, levando Jesus a ensinar sobre a família espiritual daqueles que fazem a vontade de Deus (Marcos 3:31-35).
Maria esteve presente no momento mais doloroso, ao pé da cruz, onde Jesus, antes de morrer, a confiou aos cuidados do "discípulo amado" (tradicionalmente João): "Mulher, eis aí teu filho!" e ao discípulo: "Eis aí tua mãe!" (João 19:25-27).
Após a ressurreição e ascensão de Jesus, Maria estava reunida com os apóstolos e outros discípulos no cenáculo em Jerusalém, perseverando unanimemente em oração, aguardando a vinda do Espírito Santo (Atos 1:14). Este é seu último aparecimento explícito no Novo Testamento. Maria é universalmente reconhecida como um modelo de fé, humildade, obediência e devoção a Deus, sendo a figura feminina mais importante do Cristianismo.